Papéis. Essa é uma palavra que faz parte do mundo feminino. Diante da imensidão de demandas e atribuições que lhe és dada, a mulher desempenha inúmeros papéis no decorrer da sua vida e dentre as inúmeras atribuições aquelas que estão relacionados à construção de relacionamentos íntimos, pertencimento e filiação ao outro estão entre as mais importantes: o ser companheira e o ser mãe.
O compartilhamento do amor e a união conjugal com um parceiro íntimo é um momento sonhado por muitas mulheres e vivido de maneira bem intensa e com muita cumplicidade. Faz parte da conjugalidade a existência da criação de um “mundo” só do casal. É nesse espaço aonde os dois vão se constituindo como parceiros, vão vivenciando experiências, trocando ideias e se ajustando, visto que como seres diferentes também têm seus conflitos.
E quando os filhos chegam como fica essa conjugalidade?
O ser mãe evoca diversos sentimentos positivos, mas também desperta muitos desafios e exige uma mudança na dinâmica da vida da mulher e consequentemente do casal. Quando o bebê chega em casa, a rotina do casal muda, a criança vira o foco da casa, o sono é alterado e a liberdade da vida a dois desaparece e em geral o pai (marido) fica mais carente e enciumado com a atenção que a mãe dá para o bebê. A conjugalidade então, logo se altera e muitas vezes a mulher ao ser mãe, deixa de lado os outros papéis que exerce e que também faz parte de si, como o ser companheira.
Na total entrega desse papel tão importante de ser mãe, ela se anula como mulher e muitas vezes passa apenas a se enxergar apenas como mãe. Mas é importante que as mulheres saibam que para exercer plenamente a maternidade, elas não precisam anular o seu lado mulher, ou companheira! É claro que a vida muda após a maternidade, faz parte do ciclo da vida. Porém, é importante que a mulher saiba gerenciar sua nova rotina e assim não abdicar de aspectos que também são importantes para a sua felicidade, como a sua relação conjugal.
Como conciliar relacionamento conjugal e maternidade?
Algumas dicas se tornam importantes nesse processo de adaptação da maternidade e ajustamento dela ao relacionamento conjugal, algumas delas são:
– Tire um tempo para se cuidar! Se sentir bem e cuidada será ótimo para sua autoestima e isso refletirá no seu relacionamento também.
– Arranje um tempo para namorar! Seja de forma rápida ou aproveitando os momentos de sono do seu filho. Tire um tempo para desfrutar do seu companheiro e curtir um momento a sós com ele.
– Lembre-se você não precisa dar conta de tudo! Muito menos sozinha… Defina prioridades e converse com seu parceiro sobre como juntos poderão cuidar do seu filho. Aceite ajuda dele, pois o que é compartilhado se torna mais leve!
– Tenham muito diálogo! Conversar sobre os seus sentimentos e do seu companheiro ajudarão o casal a entender aquilo que pode estar incomodando um ou outro e ajudá-los também a encontrar formas de resolver essas situações. Entenda o ponto de vista dele e expresse o seu para que assim vocês consigam ver o que é melhor para o casal.
O filho vem pra transbordar o amor que já existe entre o casal e se o casal souber gerenciar bem este momento, a fase será vivenciada de uma maneira muito proveitosa. Seja mãe, seja uma boa mãe, mas não se esqueça de ser mulher também, isso a ajudará em sua realização, e consequentemente os aspectos positivos dessa conjugalidade e união do casal irão refletir de forma positiva no ambiente familiar.
Dayse Silva Chaves
Psicóloga (CRP 22/01417)
Docente do curso de Psicologia do IESMA/UNISULMA
Especialista em Neuropsicologia e mestranda em Psicologia Clínica